TESTEMUNHOS CRISTÃOS

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Meu testemunho de conversão (wallysou)


fugindo do inferno e do pecado, com Cristo

Como escaparia eu de tão grande salvação? (Meu testemunho)


[só Deus sabe como foi difícil para mim escrever e concluir este post. Foi uma luta imensa, e tanto investimento deve me render pouco retorno, mas estou escrevendo para a glória e crescimento do Reino, e não do meu blog. Que o Senhor possa usar este simples relato para engrandecer Seu nome e ganhar outros para Seu reino de amor e graça.]

Neste post, eu me proponho a relatar um pouco como foi que me converti, o que aconteceu para que eu tomasse uma decisão tão radical e drástica em minha vida. Hoje, olhando um pouco para trás, após passados 16 anos daquela noite de domingo onde Jesus veio e me encostou contra a parede, dizendo “E aí, vai ou fica?” (calma, você vai entender mais a frente), consigo perceber coisas que antes me estavam encobertas. 

Quero, assim, convidá-lo a conhecer meu testemunho de conversão. Se tiver um tempo vago e não estiver fazendo nada de interessante, me acompanhe. Garanto que, depois de ler, você vai se arrepender, de um jeito ou de outro (risos).

Introdução


Eu me converti e vivo em um ambiente predominantemente arminiano, embora conviva com muitos amigos calvinistas, de mente teologia reformada e tenha certa simpatia por alguns dos cinco pontos do Calvinismo. Talvez eu seja, assim como outro colega blogueiro, uma nova espécie de crente: arminista ou calviniano (risos). Essa minha posição se dá tanto pelo que leio na Bíblia como por minha experiência de conversão, e você poderá ler e decidir por si mesmo se estou sendo coerente – ou não.

Estranhos acontecimentos na infância


Dizer que me aconteceram coisas estranhas na infância é praticamente um pleonasmo, até porque TUDO o que acontece na vida infantil é muito, muito estranho… risos. Depois que a gente sai do útero, cego, surdo e mudo (aprendi a gritar no tapa…), esse mundo é realmente muito estranho, ainda mais quando você vê as gentes grandes olhando pra você, fazendo careta e chamando um tal de “bilu-bilu“. É ou não é um mundo estranho?

Voltando: eu, muito novo, fui morar em São Paulo, na cidade de Campinas, com tenros anos de vida. Meus pais trabalhavam, nessa época, de sol a sol para manter a casa. Eu era filho único de mais uma família que se viu obrigada a se mudar do sertão por conta da terrível seca dos anos 70-80. Sim, eu também fui retirante, ainda que sem saber o que era isso até a idade adulta. E foi nesse estado (São Paulo) onde aconteceram duas coisas que marcaram minha vida de modo indelével.

A primeira foi quando eu contava com uns 4-5 anos de idade. Meus pais trabalhavam longe e saíam logo cedo para a labuta, enquanto eu era cuidado por uma vizinha que tinha um filho da mesma idade que eu (Washington, se não me falha a memória). Numa dessas manhãs comuns, algo incomum ocorreu: essa vizinha foi nos levar ao bairro de frente mas, para isso, era necessário atravessar a perigosa rodovia Campinas-Valinhos, que era conhecida na época por “rodovia da morte“, devido aos vários acidentes e atropelamentos fatais ocorridos em suas pistas.

Ela no levou até à beira da pista, aguardando o momento propício de atravessar, enquanto os carros cruzavam a pista a grande velocidade. Num breve descuido dela, soltei de sua mão e corri em disparada pela pista para chegar ao outro lado. Os primeiros metros transcorreram sem problemas e, quando eu estava no meio da segunda parte, ouvi uma buzina estridente e intermitente. Era uma kombi que vinha em minha direção, para me pegar em cheio. E eu, criança inocente que era, sem saber direito o que era aquilo e o porquê da buzinada, simplesmente parei na pista, vendo o veículo aproximar-se rapidamente ao meu encontro.

O motorista, sem outra alternativa, em uma desesperada atitude, afundou o pé no freio e a kombi veio rasgando o asfalto, enquanto os pneus faziam um barulho agudo e soltavam mais fumaça que o escapamento. Eu fiquei parado, enquanto a kombi se aproximava, inicialmente rápido, depois lentamente. Ela deve ter parado alguns metros diante de mim, e o motorista com expressão horrorizada me fitando. A vizinha correu até o outro lado da pista, me pegou pela mão e correu de volta para sua casa. Quando minha mãe chegou do trabalho, à tarde, a vizinha estava em choque, acamada, e contou para ela minha peripécia infantil.

A segunda foi até mais emocionante do que a primeira, mas não envolveu outras pessoas, e eu já sabia distinguir um pouco mais as coisas, tendo de 6-8 anos de idade. Ok, eu sei que você está curioso, e vou satisfazer sua curiosidade: dessa segunda feita eu quase fui vítima de afogamento, e já contei essa experiência em outro post, falando sobre milagres cotidianos que acontecem conosco. Leia, tenho certeza de que vai gostar.

 

Coisas de adolescente, ou nem tanto


Sim, eu também já fui adolescente, embora não me lembre bem da experiência daquele período turbulento e obscuro. Ser adolescente é descobrir-se um ser em formação que não sabe o que quer, e nem porque quer, achando-se o dono de uma verdade que ele desconhece. Não sei se todo adolescente é assim, mas assim era eu. Resumindo: eu era um porre… só que me achava porreta! Põe sem-noção nisso. #vergonha 

Certa vez fui convidado para fazer par em uma festa de 15 anos na cidade em que nasci, fazendo alguns anos que voltamos a morar novamente nos rincões nordestinos. No dia em que estava saindo de casa para o clube onde seria a festa, devidamente enternado (vestido de terno), meu irmão mais novo, que deveria ter uns 2 anos, ficou me chamando de “pastô”, por causa do terno. Só não falei umas abobrinhas porque eu estava atrasado, mas a vergonha de sair de terno na rua sendo confundido com “crente” foi grande…

Já aos dezessete anos, conheci uma moça muito bacana com quem namorei um tempo, sendo ela mais velha que eu alguns anos. Seu nome era Vânia (memória, alô!) e ela era motoqueira. Um dia, conversando sobre coisas do cotidiano, ela me disse que tinha ido a um culto evangélico e que Deus havia falado com ela. Apesar de não ter se rendido ao Senhor naquele dia, ela sabia que seria crente um dia, pois sentiu algo diferente e quase irresistível no apelo.

Então eu, nesse momento, emprestei minha boca ao capeta: “ah, esses pastores usam técnicas de lavagem cerebral e dizem as palavras certas de acordo com o ouvinte, deduzindo o aquilo que vai causar mais impacto…”, mas ela refutou de pronto esse argumento lógico (e diabólico) com uma frase que me calou: “Não! Ele estava falando comigo! Eu sei, eu senti. Não sei quando, mas um dia eu ainda vou ser crente”! Talvez mude alguma palavra da frase original, mas o sentido foi esse. Dessa vez, fui eu que fiquei impressionado com a convicção dela.


 

Um jovem com muitos ideais, mas sem idéia alguma da dura realidade


Logo ao completar os tão aguardados 18 anos (hoje nem faz tenta diferença…) e concluir o 2º grau (hoje Ensino Médio), prestei vestibular para estudar na capital (Natal/RN) e passei para o curso de Zootecnia, o qual cursei durante dois anos, antes de mudar para Administração de Empresas. As coisas que marcaram dessa época foram:

- fui morar na residência universitária do campus, uma espécie de albergue subsidiado para estudantes pobres do interior. Sim, eu também já fui pobre, pra falar a verdade eu posso dizer que já saí da pobreza, mas o problema é que a pobreza não saiu de mim ainda (risos)!

- conheci alguns rapazes evangélicos cujos testemunhos de vida me mostraram uma imagem diferente daquela que eu tinha, e conheci pessoas que possuíam um brilho diferente e exalavam uma paz que eu desconhecia;

- engatei um namoro com uma moça que conheci em uma festa na universidade, que foi intensamente turbulento e me trouxe muitas feridas e mágoas (mereci né!), mas que prepararam meu pobre coração para que a semente do evangelho pudesse brotar e crescer;

- conheci um rapaz no curso de administração que me presenteou com uma Bíblia usada, mas que foi um dos primeiros contatos sólidos que fiz com a Palavra de Deus de forma sistemática e contínua, e que me fez muito bem.

O agir de Deus em minha vida, me chamando

Certa noite, enquanto eu lia a Bíblia em Apocalipse, tive uma revelação (risos… se não entendeu a piada, pergunte!). Eu senti de forma muito clara que Deus estava me chamando, visto que eu estava lendo Apocalipse 3, onde Ele está batendo à porta. Foi tão forte que me ajoelhei ao lado do beliche e orei: “Jesus, pode entrar em meu coração, que estou abrindo ele para o Senhor agora”! Sem saber, eu estava me entregando ao senhorio de Cristo, sequer fazendo idéia da gravidade do fato. Passou.

Em outra noite, madrugada para ser mais exato, tive um sonho que foi super impactante para mim. Estava eu a andar tranquilamente numa antiga rotatória que havia em frente ao estádio Machadão (hoje é um viaduto) e era exatamente meio-dia. Não sei explicar porque eu sabia o horário exato, apenas sabia que era meio-dia, ou seja, 12 horas. Então, eis que de repente tchan tchan tchan… eu olhei para o céu e ficou enegrecido de nuvens quase que instantaneamente. Mas não eram nuvenzinhas não… eram NUVENS NEGRAS, e baixas, quase da altura de um edifício alto, de causar medo. Nuvens que pareciam com aquele tipo de espuma preta, ortopédica (nem sei se existe mais).

Eu me lembro de ter olhado para cima e ficar me perguntando: “ué, mas agora é meio-dia, por que apareceram essas nuvens negras tão de repente?” e, enquanto eu pensava nisso, por trás das nuvens, uma voz, mas pense numa VOZ de trovão. ERA um trovão, e estrondou tudo. Até aí, nada de estranho, certo? Mas, calma, chego lá. 

voz de anjo ou de trovão?

A voz, ou o trovão, sei lá, dizia assim: “Jesus vem buscar a Sua Igreja“! Mas o mais estranho era que aquela voz, apesar de doer em meus ouvidos de tão estrondosa, era doce aos meus ouvidos… Já ouviu aquela frase “fulano diz palavras doces“? Pois é, eu experimentei na prática. Tudo bem, foi em sonho, mas tá valendo. Então, depois de ouvir a voz do anjo, eu olhei pro céu e me perguntei: será que EU vou? Não demorei a me responder: não, eu NÃO vou! E aquilo ficou martelando minha mente… #verdade dolorida

A outra experiência marcante foi também uma experiência que eu tenho um pouco de vergonha de contar, de verdade. Já contei isso para várias pessoas, mas assim, publicamente para o mundo inteiro ouvir (ou ler), nunca. Mas, como é para que outros venham a conhecer Aquele que eu desconhecia, vou me render ao propósito maior de abençoar outros com minha história. Foi assim… era uma vez (risos).

Eu trabalhava em um banco, na cidade de Natal/RN e, em determinado período, trabalhava das 18 às 0h. Havia um pequeno espaço de tempo ocioso, quando os colegas iam a uma reunião de compensação de troca de cheques (hoje isso é feito de forma eletrônica mas, na época, era feita em papel). Como eu era digitador, tinha que esperar que eles chegassem com os papéis da troca com os outros bancos para então digitá-los e transferir os dados ao sistema central.

Uma dessas noites de ociosidade, eu fui ao telefone fazer uso de um serviço que [também] não existe mais: o disque-amizade. Se você nasceu neste século ou na virada do milênio, não vai saber mesmo do que estou falando. Não é que eu seja velho, é que eu sou… um pouco experiente (risos). O serviço era um número local que era o que hoje é um chat, mas falado. Naquela noite, eu entabulei conversa com uma mulher e acertei um encontro o qual eu já sabia de antemão o que iria rolar: motel. #muita calma vergonha nessa hora

Sem Vergonha, Eu?


Nós marcamos de nos encontrar em um pequeno shopping próximo de onde eu morava, com aquelas coisas básicas de quem vai se conhecer pela primeira vez (e existe se conhecer pela segunda vez? #eufalomesmo): eu vou estar com roupa tal, cor tal, aquela coisa toda. Quando nos conhecemos, eu que era todo cheio de futriquices e mequetrefes, olhei a cidadã de alto a baixo e pensei comigo: “tô a perigo mesmo, matando cachorro a grito, subindo pelas paredes feito lagartixa e ainda dando beliscão em azulejo… vou encarar essa parada“! Cara, quando você não tem Jesus na vida, sua história é uma piada mesmo, e no meu caso era suja e sem graça, literalmente.

Trocamos aquelas palavras e beijinhos de cumprimentos, embarquei com ela em um táxi rumo ao matadouro, digo motel. É inevitável eu falar assim, pois estou me lembrando como era a situação e minhas atitudes. O mais engraçado – ou tragicômico – é que hoje fico encabulado de contar coisas que, antes, eu ficava todo-todo, contando vantagem aos amigos. Como as coisas mudam, não é mesmo? Graças a Deus, no meu caso, as coisas mudaram para melhor, muito melhor mesmo. Mas, vamos ao que interessa, desculpe o trocadilho… risos

Quando chegamos ao motel, vulgo local de abate, nos deparamos com uma situação inusitada: lotado e com fila de espera. Pelo visto, estar a perigo era contagioso naqueles tempos tenebrosos. Agora não sei, desde que me converti, pouco tempo depois, não sei mais como é a rotina de um local de encontros amorosos furtivos (vulgo motel). O atendente que veio nos recepcionar, não sei se para quebrar o gelo ou pintar um clima, nos ofereceu bebidas. Eu, inocente, perguntei o que tinha: uísque, cerveja, refrigerante. Ela pediu uma dose e eu um refrigerante… #pense na presepada



sedutor à moda antiga = eu


 
O atendente fez uma cara de quem não entendeu nada, deu de ombros e saiu para buscar o pedido, não sem antes minha “companheira” fazer graça com a pessoa: “engraçado né, ele que devia pedir a bebida e eu o refrigerante“… Mal o rapaz virou as costas, ele olhou para mim com uma expressão ameaçadora: “você não é crente não né! porque se for, eu vou embora agora mesmo“! Não, eu não era, pelo menos pensava que não era, então a situação seguiu seu curso normal até encontrar seu desfecho previsível. #essa parte pula

É provável que você esteja se perguntando o que é que tem de marcante nisso tudo, acertei? Pois é, o marcante começa agora. Quando as coisas acabaram, eu também estava bem acabado. Explico. Antes de ir àquele encontro, eu estava desejando intensamente aquilo tudo, com todas as minhas forças. Mas, ao concluir a Operação 007 – Um Sedutor em Ação, descobri algo que me perturbou sobremaneira: eu estava me sentindo mais vazio do que quando cheguei naquele lugar. Entenda o que eu estava sentindo.

Antes de conhecer a rapariga (que é sinônimo de moça, lá em Lisboa) e adentrar naquele inferninho pela porta da frente, eu estava exalando feromônios por todos os poros e pelos disponíveis, coisa típica de um rapaz no auge de seu vigor físico e sexual. Mas, depois de concluído o ato, lá estava eu, deitado olhando pro teto escuro com olhar totalmente perdido, se é que você me entende, me sentindo um lixo. Bom, um lixo não, mas um ser humano totalmente vazio, oco de tudo, como se meu interior fosse um buraco sem fundo e sem fim. Assim era eu, e era assim que eu me via.

Mas, eis que algo surpreendente aconteceu e comecei a ver uma luz no fim do túnel! Não ria, pode até não parecer (ok, não parece mesmo) mas estou falando sério. Enquanto eu estava deitado, tentando entender por que eu estava tão deprê, mais pra baixo que palito em boca de bêbado, me perguntei: “eu estava com tanta vontade de vir aqui e obter o que eu consegui e, agora que eu tive o que queria, estou me sentindo mais vazio do que antes“! Foi a sensação mais esquisita e diferente de tudo que já havia sentido em toda minha breve vida, até então.

Voltando para a luz. Eu estava deitado de lado, com esses pensamentos a me assaltarem e, de repente, surgiu diante de mim, mas a certa distância, uma luz incrível, que emanava uma paz tal e tamanha que jamais havia sentido igual antes, e nem depois também, pra falar a verdade. Essa luz parecia palpável, era como se eu esticasse a mão e pudesse tocá-la, apalpá-la de verdade. Parecia uma luz viva, como se fosse uma nuvem branquíssima se revolvendo e soltando raios luminosos de dentro de si. Uma coisa totalmente estranha e absurda de se ver e sentir

 

Paz, é possível existir e sentir?


Mas aquela paz… ah que paz. Fui conquistado de imediato, atraído por aquela sensação de segurança e tranquilidade inexplicável. Lembro-me que fiquei tão embevecido e maravilhado com aquela sensação que fui totalmente absorvido por aquela presença sublime.
Eu deixei de existir, pois já não me lembrava quem eu era, de onde tinha vindo, o que fazia e nem onde estava, tudo havia perdido o sentido e a noção de tempo x espaço foi-se embora. Eu estava totalmente embriagado pela graça daquela presença inconfundível, mas desconhecida para mim. O que ou Quem era aquilo, me perguntei? Dentro de mim, uma voz suave bradou: “É Jesus”!

Veja só você até onde vai o amor de Jesus, em visitar um pecador depravado como eu em um antro de prostituição e degradação moral, que estava dando vazão a seus hormônios e desejos, sem se importar com nada mais do que o momento, mas completamente infeliz. Hoje, quando leio que Jesus falava com prostitutas e dava atenção a pecadores desprezados, entendo porque Jesus foi até ali para falar comigo, e me chamar a uma outra vida, literalmente das trevas para a luz.

Mas (por que toda história bacana e bonita sempre tem que ter um “mas”?), minha companheira estranhou minha estranha imobilidade. Na verdade, eu deveria estar parecendo um morto, já que mal respirava inebriado pela luz que me envolvia e preenchia. Então, aquela estraga-prazeres, com o perdão do trocadilho, tocou levemente em meu ombro, de forma quase imperceptível, quem sabe para ver se eu ainda estava vivo – ou não né!

Pois bem, quando ela tocou em meu ombro, eu quase nem senti, mas pude notar algo muito mais terrível acontecer: a luz se afastar de mim! Meu Deus, quando a Luz se afastou, como se aquele toque me contaminasse e causasse repulsa àquela Presença, eu gritei do mais íntimo do meu ser: “por favor, não vá embora! agora que eu te conheci, não consigo mais viver sem você“! Então, apesar de eu gritar só no pensamento, a Luz parou, à distância, onde eu podia ainda perceber uma parte de sua abençoada influência.

Mas (se eu pudesse, e meu dinheiro desse, eu ia proibir de ensinar esse pronome adversativo na escola, mas como não dá…) eis que a moça portuguesa (também conhecida por rapariga) me acha de colocar aquela mão cheia de dedos no meu ombro novamente! Foi a gota-d’água para que a Luz fosse embora de vez. E me deixou sozinho, sozinho com a rap… com a companheira de pecado. #eumereço

Eu fiquei de-so-la-do, ar-ra-za-do, mais abatido que frango em festa na roça. Parecia, por Deus!, que uma parte de mim tinha sido arrancada e ido embora com a Luz, e ficou só o buraco, o vazio. Sem ter outra coisa melhor a fazer, me virei e olhei pra ela no escuro (como se isso adiantasse alguma coisa), e ela me disse: “é que você ficou tão calado”… #morritroço #medeixa Ah! se eu descubro quem inventou essa mania que as mulheres têm de abrir a boca e puxar conversa nas horas mais impróprias, ah! se eu pego… Só consegui abrir a boca e balbuciar: “eu estava pensando…”

Uns dias depois ela até me ligou querendo saber se poderíamos nos encontrar de novo #momentodonjuan, mas, impactado que estava por aquela Luz que me marcou, praticamente queimou minh’alma, recusei o novo encontro. Quase tive vontade de dizer que tinha “virado crente“. O que seria de minha vida a partir de agora? Não sabia. Só Deus sabia e Ele, ah… Ele, já havia traçado Seus planos para mim.

 

Jesus me achou na esquina da vida



Passados muitos dias, recebi um convite para ir a um culto de jovens na pequena congregação da Assembléia de Deus perto de onde morava, no campus. Era frequentada por alguns jovens que também residiam e estudavam na UFRN, assim como eu. O culto seria no domingo seguinte, dia seguinte ao aniversário de meu pai. Quando chegou a data, me perguntaram se eu iria, como havia acertado. Quase recusei por causa do aniversário, mas então disse: “bom, eu falei que ia, então eu vou, pode me esperar que chego lá”. Era a deixa para Jesus me pegar de jeito. Mal sabia eu o que me aguardava.

Quando eu cheguei na igreja – que não era uma igreja, mas uma sala de aula de cursinho pré-vestibular cedida – eu vi o que seria o pregador da noite. Era um rapaz magro, franzino e que dava a impressão que se desse um vento mais forte ele saía voando de tão frágil. Para completar o quadro, o póbi era meio zarôi e usava um óculos feito de fundo de garrafa, daquelas bem grossas. Pense na cena… De imediato, já pensei: pode sair algo de bom desse daí? Pois é, pois foi, só sei que foi assim, visse?

Então, acompanhando esse “grande pregador”, veio uma equipe da mocidade da Assembléia de Deus de Candelária, uma turma bem animada e simpática. Entre esses, um rapaz – cujo nome me esqueço agora -que foi convidado para dar seu testemunho. E esse testemunho era mais ou menos assim:
“Quando eu me converti, eu passei a sofrer uma perseguição feroz de meu pai e de meu irmão mais novo, que eram muito religiosos e não aceitavam que eu tivesse virado crente. Esse meu irmão, por sinal, passou a me perseguir de tal forma que, certa vez, orei dizendo ao Senhor que já não aguentava mais aquela pressão e que Ele me desse um escape, que salvasse mais alguém da minha família para me ajudar.
Assim, após alguns dias, esse mesmo irmão que me afrontava, veio até mim chorando dizendo que queria aceitar esse Jesus que eu pregava. Aquilo foi uma grande surpresa para mim, então perguntei o que havia acontecido para aquela mudança tão drástica de atitude, e ele me disse: foi um sonho que tive.
‘eu estava em um lugar muito escuro e amedrontador, sem qualquer luz, e pedi que Deus me tirasse dali e me desse uma luz. Uma porta se abriu, trazendo um pouco de luz onde eu estava, e um padre apareceu e me disse: meu filho, aqui você não vai achar essa luz que precisa. Depois outra porta se abriu e um espírita apareceu e disse a mesma coisa. E assim foi, passando pelas religiões do mundo. Quando  a última porta se fechou, eu fiquei sem saber o que fazer, então algo diferente aconteceu.
As nuvens que encobriam o lugar onde eu estava se afastaram, nuvens negras (Neste momento, eu me lembrei de meu sonho), uma luz inundou o céu e uma pomba apareceu entre as nuvens. As pessoas eram atraídas para ela, voando em direção ao céu. Então, eu descobri que você estava certo e que Jesus era mesmo o Salvador e que vinha buscar a igreja. Eu comecei a gritar: eu também quero ir, eu também quero ir! E acordei chorando e banhado de suor”.

Seu testemunho teve outros fatos interessantes, mas não vem ao caso, para esse propósito de contar minha conversão. Todavia, quando ele contou sobre o sonho de seu irmão, eu fiquei estatalado na cadeira, e não tirava os olhos dele, por conta da similaridade entre os sonhos, e o meu eu não havia contado pra ninguém. E ele também não parava de olhar para mim, pois eu tinha muita semelhança com seu irmão (branco, cabelo preto e de óculos). Só que eu consegui sobreviver até ali, mas o pior ainda estava por vir.

 

As aparências enganam, nem sempre a 1ª impressão é a que vale

Quando deram oportunidade ao “pregador”, aquele do paletó de uma listra só, eu já estava bem pensativo acerca do que havia acabado de ouvir, e nem dei muita bola para ele, até… Até que ele começou a pregar de uma forma totalmente desproporcional à sua compleição física. Tinha uma autoridade na voz, uma potência vocal e uma convicção nas palavras que eu nunca tinha visto igual antes. 

Aquilo me prendeu na cadeira com super-bonder, e eu não conseguia me mexer direito. Para completar, ele achou de pregar sobre a volta de Jesus e, volta e meia, bradava com aquela voz de trovão no meu ouvido: Se Jesus voltar hoje, você não vai! #destruiu #arrasou comigo

Caraca velho, eu já estava prá lá de Bagdá depois do testemunho do irmão do irmão (risos), e esse ainda vem e me soca o dedo na ferida aberta? Assim eu não aguento, mano! To pedindo pra sair… tô saindo #fui

Então, chegou o momento do apelo, para saber quem queria aceitar a Jesus, Aquele que se voltasse hoje, eu não subiria, sabe? Puxa, eu estava me sentindo no meio de um verdadeiro cabo-de-guerra: aceito? não aceito? e agora, o que é que eu faço? 

Eu já havia sentido o chamado do Senhor em outro culto, mas não tão forte como dessa vez, e não sabia o que fazer. Uma parte de mim queria muito, mas outra não. Era uma luta onde forças poderosas lutavam pela conquista de minha alma e mente, mas parecia que eu teria que dizer qual delas iria escolher. Nesse ínterim, o pregador gritou de novo no microfone: “Jesus está me revelando que tem alguém aqui que vai aceitar“. Pronto! #agoralascou

Naquele momento eu pensei: “sou eu, só pode ser eu… ai-ai, agora não tem mais como me esconder e empurrar com a barriga. O que Deus fez desta vez para chamar minha atenção, se eu rejeitar, Ele vai ter que fazer algo muito maior pra me chamar de novo, e será que eu vou aguentar a pressão”? Eu sabia que Deus não ia desistir de mim, e que ia tentar de novo, e que, na próxima, iria doer, doer muito. Sem alternativa viável, levantei minha mão e aceitei Jesus… #assimquefoi

É tão estranho que uma simples atitude como levantar a mão em um culto pode ser algo tão dramático na vida de alguém e mudar sua história de forma profunda e definitiva. Assim foi comigo, embora eu saiba que aquele levantar de mãos deixou escondido todo um arcabouço de coisas miraculosas e sentimentos conflitantes. Dessa forma, aquele levantar de mãos não foi tão simples, e minha mão pesou muito antes de, enfim, eu tomar a decisão de me render ao pleno senhorio de Jesus.

 

Valeu a Pena ter me Convertido?


Hoje em dia, de certo modo, ser crente ou evangélico está na moda, mas ser convertido representa muito mais do que simplesmente ostentar um título religioso. Aprendi, com o passar do tempo, que há bastante diferença entre dizer que se crê e crer de fato. Dizer que é, mas agir como se nunca fosse é algo que, apesar de estar se tornando comum, ainda me espanta e me causa indignação, mas sempre me surpreendo positivamente em conhecer aqueles que honram a fé que proclamam, e que me servem de exemplo.

O que eu ganhei ao me converter? Muita coisa, e dentre as principais destaco:

paz e alegria: eu vivia uma vida sem paz e gozo, e isso é algo que não se pode comprar. Quem tem não vende, e quem não tem não sabe como conseguir, somente o Príncipe da paz é quem pode nos conceder isso.

vida com Deus: eu não sabia o que era uma vida com Deus, como era poder me relacionar com Deus como se fosse um verdadeiro amigo, um amigo fiel. Hoje eu sei, e isso é indescritível e somente quem tem esse tipo de relacionamento sabe como é, apesar de não saber explicar. Bem, eu não sei, mas pode ter quem saiba né… risos

ouvir a voz de Deus: algumas vezes, eu pude ter o imenso privilégio de ouvir Deus falar comigo, e isso traz consigo uma sensação que não pode ser expressa em palavras. É algo que mexe não apenas com o corpo, mas também com a alma, e isso produz um nível de satisfação ímpar.

convicção de vida eterna: sabe, essa é uma das coisas mais difíceis de se dizer, mas é a mais pura realidade, a certeza de que existe algo melhor a nos aguardar, algo mais a nossa espera. O céu é real, e eu sinto essa realidade de modo inescapável em me ser, e sou grato a Deus por isso. Eu sei o que é viver sem essa convicção, e não quero viver isso de novo.

Haveria outras coisas, mas o que posso dizer a mais do que isso? Que entendo a Palavra de Deus, que me sinto grato por seu usado por Deus, que é um privilégio ser morada do Espírito Santo, que agora tenho esperança viva? Meu amigo, após você ter dado, provavelmente, algumas risadas lendo esse relato (se não deu, ria agora, nem que seja de mim… #souchatomesmo), talvez se emocionado em alguns pontos, mas, se você ainda não tem Jesus como seu Senhor e Salvador, está na hora de repensar isso.

Você pode ser feliz? Pode. Com Cristo, é possível. Mas, muito mais importante do que ser feliz, é ser salvo, pois existem pessoas que se consideram felizes, sem serem salvas. Pode haver alguém salvo e infeliz? Pode, eu era um desses, até descobrir que salvo TEM que ser feliz. Quem não é feliz, com Cristo, está em pecado #fato. Aceite a Cristo, não para ser rico, não para ganhar carro novo, mansão, etc. Mas, aceite a Cristo para morar no Céu e, quem sabe, sermos vizinhos né! =¬)

Provavelmente, você não tem mais ânimo pra nada, nem para comentar, mas se tiver… risos.

Deus te abençoe, e se quiser deixar sua crítica ou sugestão nos comentários para melhorar o blog Desafiando Limites ou o da UBE-Testemunhos, esteja à vontade.

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