TESTEMUNHOS CRISTÃOS

terça-feira, 18 de novembro de 2025

O terrorista angolano e sua Bíblia queimada e fuzilada

 


Foi em algum momento dentre as décadas de 1960 e 1980, quando transcorreram os eventos da chamada Guerra Sul-africana na Fronteira, conflito por sua vez umbilicalmente ligado à Guerra Civil Angolana. Um terrorista bateu forte à porta da casa da missão finlandesa, próxima à fronteira de Angola com a Namíbia, no sul da África, dizendo:

— Ajudem, ou morrerei. Ela arde em minhas mãos, arde em meu coração. Ela está queimando. —Enquanto falava, mostrava uma Bíblia na língua ovambo, toda perfurada de balas, queimada, rasgada e manchada de sangue.

Muitos anos antes, este terrorista havia estudado num colégio missionário e tinha ouvido das histórias de Jesus Cristo. Naquela época ele desejou muito adquirir uma Bíblia. Havia poupado tudo quanto podia, mas não pôde conseguir uma. Quando deixou o colégio da missão, esqueceu seu maior desejo e não demorou a se ligar a um grupo terrorista que se propôs a combater o governo da Namíbia.

Depois de receber instrução no exterior, voltou ao Sul de Angola para participar dos ataques cruéis à Namíbia.

Num desses ataques, nas fronteiras da região de Ovambo, o grupo terrorista ouviu falar de um certo Josias Niholonge, professor na região de Olukonda. Souberam que este professor dava aulas de leitura da Bíblia e ensinava ao povo ovambo a prática do amor, da paz e da mansidão. E com este ensino ele desintegrava o apoio do povo ovambo ao terrorismo. Por este motivo o grupo achou necessário que este professor fosse eliminado.

Certa tarde, esperaram-no, escondidos à beira do caminho. Josias vinha cantando o hino: "Fica comigo...", enquanto se aproximava do lugar. De repente, os terroristas saltaram para o meio do caminho, gritando:

— Você também é um dos que ajudam os cachorros brancos (referência aos sul-africanos brancos), você é cristão.

O comandante arrancou a Bíblia das mãos e atirou-a ao solo, dizendo:

— Fuzilem este porco.

Josias pediu:

— Esperem. Deem a oportunidade de dizer algo, depois podem fuzilar.

Ele ergueu sua Bíblia, leu o texto de Romanos 8.31:

— Se Deus é por nós, quem será contra nós?

Depois disso, apertou a Bíblia contra o peito. O comandante deu ordem de fogo, seu corpo e sua Bíblia foram perfurados de balas. Os terroristas ainda o saquearam, tirando o relógio e tudo o que possuía de valor, sumindo depois no matagal.

Um deles, porém, aquele que anos antes havia estudado numa escola missionária, parou e depois correu ao redor do morto, tomou a Bíblia manchada pelo sangue do mártir e a colocou em seu bolso.

Logo depois, fugiu com os companheiros, cruzando a fronteira, para chegar à base da guerrilha, em Angola. Em segredo, ele folheou a Bíblia toda rasgada e encontrou novamente as palavras de Romanos 8.31, que Josias Niholonge tinha lido momentos antes de sua morte. Estas palavras atormentaram seu espirito e fizeram-no reconhecer seu estado pecaminoso e sua conduta de vida terrível.

O que ele estava fazendo naquele instante era arriscar sua própria vida, pois se seus companheiros descobrissem a Bíblia em seu poder, sem dúvida ele pagaria com a vida. Por isso, jogou a Bíblia num matagal. Mas, logo depois sentiu forte desejo e foi buscar a Bíblia novamente. Alguns dias depois, ele lançou a Bíblia no fogo, mas não suportou vê-la queimando. Tirou-a novamente.

O seu estado espiritual começou a causar grandes problemas, e a Palavra de Deus ardia em seu peito como fogo. Quando já não suportava mais, fugiu de noite do esconderijo dos terroristas com sua Bíblia. Nas noites seguintes, ele caminhou na direção do Sul. Durante o dia, escondia-se no mato. Neste constante perigo de vida, ele cruzou a fronteira e chegou até a casa da missão, onde bateu à porta para pedir ajuda.

Na casa do missionário finlandês, o terrorista entregou seu coração e sua vida a Jesus Cristo. Ele não conseguiu encontrar paz, antes de estar em ordem com Deus e arrumar a sua vida arruinada.

Hoje, este ex-terrorista é uma “nova criatura” (2Co 5.17), um cristão verdadeiro, um filho de Deus.


Com informações de João Soares da Fonseca (livro Conta Outra) e site Jesus.de .

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